terça-feira, 24 de março de 2015

O que é ser "do mundo"?

Bom, para começar: não SOMOS todos nós do mundo? Ou é melhor perguntar: não ESTAMOS todos nós no mundo? O que é “do mundo” e o que não é? Li agora há pouco a seguinte frase:
O cristão não é uma pessoa que vive isolada, ele não é do mundo, mas está no mundo.”*
Prefiro afirmar de outra maneira: o cristão não é uma pessoa que vive isolada; ele não é do mundo, ESTÁ no mundo, mas PROCEDE de maneira diferente dos demais”. Porque somos criaturas que nascem e vivem neste lugar, de certa forma, pertencemos a ele. Faz parte de nossa identidade; ainda que nossa cidadania esteja no céu (Fp 3:20), de onde esperamos por nosso Senhor e Salvador, estamos todos aqui, por enquanto, no mundo. Mas por sermos cristãos, nossa natureza deve ser diferente, já que o próprio Cristo nos chama a ser sal da terra.


Ser sal da terra implica em sermos diferentes. Que diferença que faz sal no alimento! Tudo pode ter sido preparado da melhor maneira, mas sem o sal, o alimento fica insosso, sem graça, sem sabor. Nós também, como cristãos, devemos procurar fazer a diferença nos lugares onde Deus nos coloca, tal como o sal em uma refeição. 

Tantas pessoas buscam tempero para suas vidas em festas, bebedeiras, promiscuidade, pornografia, drogas em geral... E essa busca incansável pelo prazer não as leva a lugar algum! Isso porque o real sabor só encontra aquele que busca a Cristo, acima de todas as demais coisas. 

O sal já foi utilizado como meio de conservação dos alimentos. Em tempos em que não havia geladeiras e refrigeradores, o sal prolongava o tempo de vida útil da comida, ao desidratá-la e assim diminuir o ambiente úmido que propicia a aparição de micro-organismos. Não podemos nós, cristãos, também “desidratar”nossos ambientes e evitar a proliferação do mal? Creio que este é nosso chamado! 

Não somos chamados a nos apartarmos no mundo, nos fundindo em guetos cristãos, mas sim a no mundo testemunhar da graça e do amor de Cristo a todos aqueles que estão ao nosso redor, sejam eles cristãos ou não! 

  “O cristão deve proceder de forma exemplar, a fim de, assim, ganhar para Cristo os que não crêem”. 1 Pe 2.11-12

O próprio Cristo nos deu o exemplo: ele andava com pecadores. Todos somos pecadores, mas ele andava com aqueles que eram (e ainda hoje são) considerados maiores pecadores que os demais. Seriam hoje a prostituta, o alcoólatra, o drogado, o traficante, o ladrão, o estuprador... O ponto em questão é: JESUS SE MISTURAVA! Ele não se apartava do que era “do mundo”, criando um clube exclusivo de seus fieis seguidores, mas sim, também incluía-se no universo sujo e pecaminoso de sua sociedade. Porém, estando com Ele com pecadores, não se deixava contaminar pelo pecado deles, e sim chamava-os para uma nova vida, libertos da escravidão do pecado. 

Assim também acredito que podemos pensar em relação à música. Não precisamos nos restringir ao repertório exclusivamente cristão. Nossas playlists também podem carregar a tal “música do mundo”; por que não poderia? Tal como Jesus, não devemos nos apartar de tudo aquilo que não é santo, mas sim contagiar aqueles e aquelas que ainda não conheceram Ele através de nosso exemplo – e também de nossas músicas! 

Já disse Aslam, nas Crônicas de Nárnia de C.S. Lewis, que não temos como saber como as coisas seriam se não fossem exatamente como são agora. Mas uma das certezas que eu tenho: se Cristo viesse para a Terra hoje, ele ouviria música “do mundo”. 

 *Fonte: http://refugioteologico.blogspot.com.br/2012/10/o-que-significa-ser-o-sal-da-terra.html

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