Pense no repertório cristão que
você ouve e canta, seja na sua casa, na rua ou na igreja. Já parou para
analisar o que você está cantando? Por experiência própria, parece que muitas
vezes, no meio do louvor, deixamo-nos levar pelo calor do momento, pela
condução da banda, pelo clima do ambiente e cantamos sem sequer pensar no
impacto e significado do que estamos proclamando. Ou você pensa em todas as conseqüências
de cantar “Eu entrego tudo a Ti, tudo a Ti”, no meio do louvor?
Agora, dentro deste exercício de
análise, pare para observar quantas vezes, no texto das músicas, estão presentes
as palavras “eu” e “meu”. “EU entrego”, “EU te louvarei”, “EU te adoro”, “MEU
coração”, e assim por diante...
Creio que seja natural falar de
Deus a partir de nós mesmos, porque como não entendemos, medimos ou capturamos
Deus em palavras ou pensamentos, precisamos partir do eu que é palpável,
mensurável e compreensível pela nossa mentalidade para falar deste Ser
indescritível.
Não condeno o uso do “eu” nas músicas; o próprio salmista, em
várias passagens, ao falar da sua relação com Deus, precisa fazer uso destes
termos. O problema é quando o louvor faz mais menção do “eu” do que faz de
Deus. Quando fala mais sobre minhas ações do que proclama a grandeza do
Altíssimo. Quando coloca meus sentimentos na frente das demais coisas,
ignorando que também estes sentimentos vêm Dele. Quando substitui o anúncio da
maravilhosa criação de Deus pela exaltação de nossas qualidades. Quando ordena
a Deus o que Ele deve fazer, ao invés de confessar “que seja feita a Tua
vontade”. Quando determina o que e como Deus deve agir, ao invés de se submeter
ao Rei dos Reis. Quando apresenta textos baseados em nossos próprios “achismos”
e sentimentalismos, deixando de falar do que está escrito na Palavra...
O louvor é um momento de adoração
ao Pai, não de auto-bajulação. Pense nisso e lembre que, assim como o culto é
realizado para/por/com Deus, em nome Dele, o louvor parte de nós mesmos, mas
tem como alvo nosso Pai que está no céu.